2009. Empresas do Estado precisaram de 2,2 mil milhões dos cofres públicos

O conjunto das 93 empresas públicas obrigou a um esforço financeiro do Estado de 2,2 mil milhões de euros, mais 68,8% que em 2008

O universo empresarial do Estado precisou de uma injecção total de 2,19 mil milhões de euros dos contribuintes ao longo de 2009, mais 68,8% que no ano anterior, entre indemnizações compensatórias, subsídios, dotações de capital para reforço ou constituição do capital social, empréstimos e assunção de passivos. Em 2008, o sector empresarial do Estado só tinha necessitado de 1,24 mil milhões de euros dos contribuintes.

O aumento de capital realizado pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), de mil milhões de euros, explica em parte este salto, mas só em parte. É que, considerando só as empresas públicas não financeiras – transportes, comunicação social, infra-estruturas, etc… -, os apoios estatais cresceram 31,2%, de 831 milhões de euros em 2008 para perto de 1,1 mil milhões o ano passado. Os dados foram agora compilados pela Direcção-Geral do Tesouro e Finanças.

Em comunicado, o Ministério das Finanças enalteceu que ao longo do ano passado o sector empresarial do Estado tenha conseguido dar mais 2,2% de dividendos ao accionista, “apesar da conjuntura adversa”. No total foram 573,2 milhões de euros, valor que compara com os 560,9 milhões de euros recebidos em 2008. Porém, nestas contas do governo entram também os dividendos pagos pelo Banco de Portugal. Se contarmos só com as empresas públicas, as conclusões diferem: em 2008 o Estado recebeu 391,8 milhões em dividendos, contra os 363,7 milhões – menos 28,1 milhões.

Perdas de 378 milhões O conjunto das empresas não financeiras detidas pelo Estado fecharam 2009 com um prejuízo total de 377,8 milhões de euros, uma melhoria face aos mais de mil milhões de perdas que tinham sido registadas em 2008. A influenciar negativamente estes valores estiveram as empresas públicas de transportes, saúde e infra- -estruturas, sectores que originaram perdas de 582 milhões, 267 milhões e 226 milhões, respectivamente. Pelo contrário, as empresas dos sectores de utilidade pública – CTT ou Águas de Portugal, por exemplo -, de infra-estruturas aeroportuárias e portuárias registaram lucros de 507 milhões, 97 milhões e 75 milhões, respectivamente.

No comunicado, o Ministério das Finanças realça também que o sector empresarial do Estado continua o “esforço de redução do prazo médio de pagamentos a fornecedores”, que de 117 dias em 2007 passou para 97 dias em 2008 e 80 dias em 2009″. Nota final para a subida de 5,6% no total do investimento das empresas públicas, para 4,6 mil milhões. Jornal i

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