Call To Action (I): Mil milhões a dançar pelo fim da violência contra a mulher

Não é casual o número redondo da campanha global “One Billion Rising”, que pretende despertar consciências e pôr homens e mulheres a dançar pelo fim da violência de género. Em todo o mundo, mil milhões de mulheres – uma em cada três – são agredidas ou violadas durante a sua vida, estima a Organização das Nações Unidas. Portugal responde a esta chamada universal, com cerca de 20 iniciativas pelo país, que incitam os corpos-cidadãos a erguerem-se e dançarem por uma causa.

 

 

 

O embrião da campanha “One Billion Rising” surgiu há quinze anos, com a inscrição no calendário, a 14 de Fevereiro de cada ano, do “V-Day”, uma ideia transformada em efeméride, que partiu da dramaturga e activista americana Eve Ensler – a autora dos famosos “Monólogos da Vagina”.

 
Na altura, a “missão era acabar com a violência contra as mulheres e raparigas”, explica Ensler ao The Guardian, jornal que hoje faz, na sua edição online, uma cobertura intensiva, “live”, da “amplificação” pelo mundo do V-Day, que se tornou 15 anos depois num dia “One Billion Rising”.

 
Eve considera que a realidade – os números da ONU, por exemplo – revelou que as sementes dos “V-Days” não foram suficientes para cumprir a missão, “ousada” e “quase absurda”, de acabar com a violência de género a que se propunham com essa efeméride – por mais tabus que se tenham quebrado desde então, e apesar da palavra “vagina” ter sido proferida em 50 idiomas em 140 países [incluindo Portugal, pela voz da actriz Guida Maria] e dos “incríveis activistas que pelo planeta criaram e mudaram leis”.

 
Neste sentido, este ano, para registar o 15º aniversário do primeiro “V-Day”, Eve e outros activistas quiseram ir “mais longe”, aumentar a escala da causa e amplificar a consciencialização de um problema de alcance global. “Transformar a mentalidade que normalizou esta violência, trazer as mulheres sobreviventes aos seus corpos, à sua força, à sua determinação, à sua energia e poder” é o objectivo desta inciativa, nas palavras da autora americana. Em números, a organização espera pôr mil milhões a dançar por um mundo que “finalmente considere a violência contra as mulheres inaceitável”.

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